quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Poesias Mário Quintana


Cidadezinha cheia de graça
 
 
 
 
Cidadezinha cheia de graça…

Tão pequenina que até causa dó!

Com seus burricos a pastar na praça…

Sua igrejinha de uma torre só.

Nuvens que venham, nuvens e asas,

Não param nunca, nem um segundo…

E fica a torre sobre as velhas casas,

Fica cismando como é vasto o mundo!…

-

Eu que de longe venho perdido,

Sem pouso fixo ( que triste sina!)

Ah, quem me dera ter lá nascido!


Lá toda a vida poder morar!

Cidadezinha… Tão pequenina

Que toda cabe num só olhar

Dorme Ruazinha... É tudo escuro!...
 
 
 

Dorme ruazinha…É tudo escuro…

E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?

Dorme teu sono sossegado e puro,

Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos…



Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro…

Nem guardas para acaso perseguí-los…

Na noite alta, como sobre um muro,

As estrelinhas cantam como grilos…



O vento está dormindo na calçada,

O vento enovelou-se como um cão…

Dorme, ruazinha…Não há nada…



Só os meus passos…Mas tão leves são,

Que até parecem, pela madrugada,

Os da minha futura assombração…


Das utopias
Das utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
 
 
Se o poeta falar num gato
 

 
Se o poeta falar num gato, numa flor,
num vento que anda por descampados e desvios
e nunca chegou à cidade...
se falar numa esquina mal e mal iluminada...
numa antiga sacada... num jogo de dominó...
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que
morriam de verdade...
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol...
Se não falar em nada
E disser simplesmente tralalá... Que importa?
Todos os poemas são de amor!
 
Os poemas
 
 
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento
deles já estava em ti..
 
O Auto-Retrato
 
 
O Auto-Retrato
 
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!
 


















































































 


































































 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 





























 
 


Um comentário:

  1. Hola Amigos de Brasil estamos ansiosos por el Mundial
    Les deseamos Suerte,Saludos
    Que Gane El Mejor!!!

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